Educação para a Sexualidade



sexualidades

Fotografia: Valentina Petrova/AFP 2006


Incluir ou não incluir a Educação para a Sexualidade nos currículos escolares. Eis a questão!?

Há pouco dias, melhor no dia 1 de Junho - Dia Mundial das Crianças - a RTP2 passou, pelos vistos, em hora de desenhos animados, isto pelas 20H30, um filme sobre Sexualidade para maiores de 7 anos que deveria ser visto com acompanhamento familiar.

Houve protestos sobre o filme e sobre algumas cenas nele contidas.

Não o vi, por isso não vou debruçar-me sobre o seu conteúdo. Prefiro sim, explanar algumas das ideias que me suscitam estas questões.

Embora não directamente ligada a esta problemática, já que os meus currículos passam sobretudo pela Língua e Literatura Portuguesa e pela Educação para a Cidadania, este tema acaba por atravessar quase permanentemente as minhas aulas.

Os temas abrangentes, na análise do texto literário propriamente dito, nos debates, trocas de ideias, questões e interrogações que se geram em torno de textos informativos, e/ou formativos, assuntos de cultura geral, ligados à actualidade que a força e o lugar ocupado na vida dos jovens pelos media e pela Internet têm, é impossível manter afastado da sala de aula a temática da Sexualidade.

E acho saudável! É pelo diálogo esclarecedor que se chega à apreensão do verdadeiro conhecimento do saber ser, saber estar, para saber construir e também saber não cair.

Das várias questões que colocam, Pais e Educadores, penso que acima de tudo é bom relembrar que as crianças e os adolescentes vivem com seus Pais, e que não compete à Escola "ultrapassar" a função da família.


Adolescência
O Professor Daniel Sampaio, segundo li, acabou por afirmar no comentário do filme que os problemas da adolescência e a prevenção da gravidez precoce começam pelo acompanhamento adequado da criança na infância, logo, em ambiente familiar.

Uma razão de peso para a Escola não se sobrevalorizar e muito menos para as famílias não se desresponsablilizarem  das suas competências.

É aos Pais que compete estar atentos! Não aos Professores estar preocupados porque os Pais podem não estar atentos!

Não há que subverter papéis! Eles são os Pais, nós somos os Professores, moderadores, algumas vezes (muitas vezes!) e apoio dos adolescentes. Quantas vezes, os "alertadores" dos Pais para muitos problemas que observamos, no nosso dia-a-dia, em contactos com os adolescentes.

A Escola é, e deverá sempre ser um complemento da família nestas questões de educação (princípios, não aprendizagens e construção do conhecimento).

Não deve ser nunca a substituta da família na função educativa e formativa dos jovens.

Complementar sim, substituir não! Daí que haja actualmente tantos enganos!

Devo dizer que sou a favor da inclusão do currículo de "Educação para a Sexualidade" no percurso escolar dos alunos, mas nesta base. Sempre e só nesta  base!


A Cabeça no Ar
Manuel A. Pina
Quasi Edições


(...)
(embora sem ser)
e ficar muito quietinho a ser,
os tecidos a tecer,
os cabelos a crescer.
E isto tudo a acontecer!
(...)

Manuel António Pina, A Cabeça no Ar, O Pássaro da Cabeça, Quasi Edições


G-Souto

13.06.2007
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